O Sistema FACISC, formado por cerca de 34 mil empresas em Santa Catarina, questiona aprovação do reajuste salarial dos servidores públicos realizada na madrugada desta quinta-feira,2. Aprovados pela Câmara dos Deputados com apoio do Governo, os reajustes salariais para todas as categorias do Judiciário, Executivo, Legislativo, Ministério Público e Defensoria Pública, além dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), poderão ter impacto bilionário nas contas públicas. Entre as medidas aprovadas está o aumento do salário dos ministros do STF. O rendimento, que delimita o teto do funcionalismo, passou de R$ 33.763 para R$ 39.293.
Na avaliação do vice-presidente para a Indústria, André Gaidzinski, essa aprovação vai em total desencontro com o momento que o país passa. “Em um estágio de crise que o Brasil enfrenta, onde o desemprego atinge 11 milhões de brasileiros, empresas se fechando constantemente e em um clima de recessão econômica, este tipo de projeto é inviável de ser realizado e só agrava nossa situação atual”, analisa o empresário.
Entre as bandeiras da entidade estão a melhoria da gestão dos recursos públicos e redução da carga tributária, e na avaliação da FACISC, essa medida amplia esse gargalo, já que o déficit fiscal do governo está previsto para fechar em 170,5 bilhões de reais negativos nesse ano. “Estes projetos ao serem aprovados em meio a esse cenário, vem em desencontro das reivindicações da classe empresarial. Não é isso que esperamos de nossos legisladores e gestores publicos,” destaca Ernesto João Reck, presidente da FACISC.
Os aumentos estão previstos entre 2016 e 2019, e podem chegar a um custo de R$ 57 bilhões de reais, que agora serão encaminhados ao Senado Federal.