O engenheiro Roberto Kochen, especialista em sistemas viários e túneis subaquáticos, faz palestra sobre o tema. Evento acontece nesta segunda-feira (12), às 15h, na sede da entidade.
O anúncio da construção de uma quarta ponte para ligar a Ilha de Santa Catarina ao Continente, feito pelo Governo Estadual no início de novembro, abriu um amplo debate sobre mobilidade urbana. A maior dúvida é se a obra, orçada em um bilhão de reais, resolverá os problemas de trânsito na Grande Florianópolis. Ampliando a discussão sobre o assunto, a Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF) convidou o engenheiro Roberto Kochen, especialista em sistemas viários e uma das maiores autoridades do país em geotecnia, escavações subterrâneas, contenções e meio ambiente, para uma palestra, dia 12, na Capital.
Kochen, um dos responsáveis pelo projeto de túnel subaquático para ligar as cidades paulistas Santos e Guarujá, vai falar sobre alternativas de mobilidade em Florianópolis. O evento será realizado às 15h, no auditório da matriz da ACIF, no centro, e terá a presença do vice-prefeito e secretário municipal dos Transportes, João Batista Nunes, e do presidente do Deinfra, engenheiro Paulo Meller.
4ª ponte
Considerado o maior especialista em geotecnia do País, Kochen analisou o projeto do governo catarinense, por sugestão da entidade, e afirma que um túnel imerso pode ser melhor opção para a travessia Ilha-Continente. “As condições para ligar a parte insular a parte continental de Florianópolis são muito parecidas com as encontradas no canal entre as cidades da baixada santista. Por isso, há viabilidade para construção do túnel em Florianópolis, que é uma alternativa mais interessante e pode ter custos mais baixos”.
De acordo com o engenheiro, a técnica dos túneis imersos, pré-moldados, apresenta algumas vantagens sobre as pontes convencionais, como menor extensão para travessia e menores interferências paisagísticas. “Se essa tecnologia fosse utilizada aqui, haveria ganhos do ponto de vista urbano, urbanístico e de preservação do patrimônio histórico (da Ponte Hercílio Luz), já que o impacto visual é muito menor”, explica Kochen.
Além de Kochen, Pedro da Silva, Diretor de Engenharia do Dersa, órgão responsável pelo desenvolvimento rodoviário do Estado de São Paulo, também participa do evento. Lorenço fala sobre a construção do túnel Santos-Guarujá, que terá cerca de 900 metros de travessia subaquática e profundidade mínima de 21 metros. A escolha do túnel foi feita após um estudo sobre as melhores alternativas de construção possíveis, levando em consideração 13 diferentes projetos de travessia seca (pontes e túneis).
“Um debate consistente, com a participação de pessoas preparadas, sempre é muito positivo para a cidade. Não se trata simplesmente de contrapor aos projetos que existem, mas de mostrar que não são a única saída para melhorar a mobilidade urbana da Grande Florianópolis”, diz o diretor de Relações Governamentais da ACIF, Bernardo Meyer.
O presidente da ACIF, Doreni Caramori Júnior, explica que a diretoria da entidade quer conhecer outras possibilidades para a travessia Ilha-Continente. “A entidade está aberta para ouvir soluções diferentes que contribuam para as discussões sobre mobilidade na Capital”, diz.
Sobre Roberto Kochen
Doutor em engenharia pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Roberto Kochen é considerado o maior especialista em geotecnia do país, tendo participado como responsável técnico em obras de referência no Brasil, como o Metrô de São Paulo, Rodoanel e Rodovia dos Imigrantes, Túnel Gastau (Petrobras); e no exterior, como as Interoceanicas Norte e Sul, entre outras obras.
Atualmente é diretor Técnico da GeoCompany – Tecnologia, Engenharia & Meio Ambiente, empresa brasileira especializada em Obras Subterrâneas, Geotecnia e Meio Ambiente. Também é professor do Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações da USP, onde leciona Mecânica dos Solos, Fundações, Túneis e Obras Enterradas desde 1984. Ainda é diretor do Departamento de Engenharia Civil, Infraestrutura e Habitat do Instituto de Engenharia de São Paulo desde 2002 e é dirtetor de Engenharia da ABEMI desde 2008.