As mais de 4.000 bromélias e orquídeas da coleção de Max Hablitzel doadas pela esposa do agricultor, Dóris Hablitzel, para o primeiro Jardim Botânico da Grande Florianópolis foram transportadas nos últimos dias para o Horto Florestal, onde ficarão temporariamente, até que estejam prontas as instalações permanentes. As alcantarea imperialis, bromélias maiores e com maior valor científico, foram levadas para uma estufa montada no próprio empreendimento, idealizado pela J.A. Urbanismo, em Potecas. A espécie, ameaçada de extinção, pode atingir cerca de 1,5 metros de diâmetro quando adulta e mais de 1 metro de altura. Pelo seu porte, as plantas oriundas das regiões serranas do Rio de Janeiro estão sendo acomodadas diretamente no local para melhor adaptação.
O próximo passo nos trâmites do Jardim Botânico será a fase de estudo e catalogação das plantas. O presidente da Fundação Jardim Botânico de Poços de Caldas, João Neves Toledo, um dos mais importantes do país, virá a Florianópolis no final deste mês acompanhado de sua equipe para iniciar o trabalho científico em conjunto com a J.A. Urbanismo. Toledo também é o consultor técnico que criou o projeto do jardim, que deverá ser concluído este ano. “Será um museu de plantas organizadas, documentadas e identificadas, como ocorre com livros em uma biblioteca. Sua proposta é integrar ciência e meio ambiente”, afirma. Essa é a mesma preocupação que tem o sócio-diretor da J.A., Davi Corrêa de Souza, que quer criar mais que um espaço didático-pedagógico, busca incentivar o conhecimento e lazer. “Max mantinha a coleção como um hobby, por isso não tem nenhum apelo científico – ainda. Com esse empreendimento, queremos estimular a consciência sustentável das pessoas e celebrar a vida junto à natureza”, comenta Souza.