Com apoio da ACIF, marcas de cinco cidades deram inicio ao primeiro núcleo catarinense do setor. Objetivo é organizar e fortalecer as empresas no cenário nacional.
Com faturamento de 600 milhões de reais e exportação de 12 milhões de reais em 2012, o mercado nacional de bijuterias tem crescido uma média de 10% ao ano. Os dados são do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais (IBGM), que calcula que existam cerca de 3 mil empresas, entre micro e pequenas, formais e informais com negócios no segmento de bijuterias montadas.
Em Santa Catarina, empresários do setor querem estimular o mercado local e ganhar maior projeção no promissor cenário nacional e até no exterior. Com o apoio da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF), designers de 13 marcas catarinenses formaram o primeiro núcleo organizado do estado. O Núcleo Setorial de Fabricantes de Bijuterias (NSFB) reúne empresas de Florianópolis, São José, Rodeio, São João Batista e Tubarão, todas com atuação voltada para o mercado da moda, com criação e design exclusivos dos acessórios. “Neste primeiro momento, estamos integrados para organizar e assim fortalecer o setor, já que por aqui não havia ninguém que nos representasse de uma forma mais específica neste mercado”, explica o coordenador geral do Núcleo, Guilherme Faraco. Os próximos passos são a participação do núcleo em feiras e mostras e a promoção de eventos próprios para apresentar as empresas e os produtos. “Em momentos como estes, conseguimos mostrar nossas peças, trocar informações, fechar parcerias e bons negócios”, diz Faraco.
Segundo o CREBi.com, órgão que analisa e divulga números do mercado de joias, o segmento de bijuterias e semijoias deverá continuar aquecido e até superar o de joias este ano. A expansão é creditada ao aumento no preço do ouro, à ampliação do consumo brasileiro da classe C, à melhoria de qualidade e produtividade da indústria – hoje algumas bijuterias tem qualidade de joalheira -, à utilização de design mais ligado à moda e também por ser uma opção de consumo mais acessível. “A bijuteria vem ganhando cada vez mais espaço, não só pelo preço, mas porque já acompanha as tendências fashion, sendo extensões da roupa e até mesmo ditando a escolha do look. E claro, as mulheres sempre querem ter mais de uma opção de brincos, pulseiras e colares para combinar”, destaca Faraco.
A ULM Bijoux, integrante o Núcleo, representa bem esta ligação direta das bijuterias com o mundo da moda. A grife trabalha com a mistura de materiais, como metal, pedras e couro e, em sua última apresentação no Rio de Janeiro, exibiu a coleção verão 2014 Vintage Saint Tropez, baseada nas férias francesas do ano 1966. Comandada pelos sócios Rafael Beduschi e Mayte Sell, a empresa tem 11 anos de mercado e conta com uma loja e um quiosque conceito em Florianópolis e outro em São Luis, no Maranhão.
Outra marca que trabalha com o conceito de transformar bijuterias em acessórios de luxo é a GF Acessórios, da designer Gabriela Faraco. A GF, que também integra o Núcleo, apresenta suas peças em minicoleções focadas em exclusividade. Há maior diversidade de modelos e um número reduzido de peças. A coleção verão 2014, intitulada Carmen, foi baseada na canção “O que é que a Baiana tem”. É possível encontrar as peças de Gabriela Faraco em aproximadamente 110 pontos de venda no Brasil e exterior.
Associativismo para desenvolver os negócios
Ferramenta para fortalecimento de micro e pequenas empresas por meio do associativismo, os núcleos setoriais reúnem empresários de um mesmo ramo de atividade com a finalidade de trocar experiências e buscar de soluções para problemas comuns. Na ACIF, alguns exemplos chamam a atenção. “Temos modelos de excelência mesmo, que impulsionam todo um setor”, ressalta o coordenador do Conselho dos Núcleos da ACIF, Sizenando Alves de Carvalho.
Um deles é o da Câmara de Lojistas da Rua Vidal Ramos, que por meio da integração proposta pela Associação, conseguiu revitalizar sua área de comércio. “Hoje, esse exemplo é seguido por lojistas de outras regiões do centro de Florianópolis. Inclusive já há um novo núcleo com o mesmo perfil, a Câmara de Lojistas das Ruas Conselheiro Mafra e Francisco Tolentino”, afirma o coordenador. O modelo bem sucedido dos 24 núcleos setoriais da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF) foi utilizado como referência pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB).
Os núcleos utilizam como base de formação e desenvolvimento, o Programa Empreender do Sebrae. Os empresários reúnem-se periodicamente, orientados por um consultor capacitado. Nas reuniões, discutem problemas e questões pertinentes ao ramo e ao grupo. O diferencial de tantos outros programas é que no Empreender as soluções vêm “de baixo para cima”, ou seja, são apontadas e executadas pelos próprios empresários. Para tanto, o consultor, como facilitador das reuniões, faz uso de uma metodologia específica para trabalho com grupos, originada na Alemanha, denominada Metaplan.
A metodologia Metaplan agrega a já conhecida tempestade de idéias em grupos (brainstorming) e a busca de metas e ações conjuntas. O que reflete com fidelidade o espírito do Programa é a forma de associativismo que ele propõe. Por ela, ninguém é obrigado a participar de um Núcleo Setorial. O convencimento vem pela nova visão de parceria, na qual o concorrente, longe de ser um competidor, é um cooperador de seu concorrente.
Empresas Núcleo Setorial de Fabricantes de Bijuterias da ACIF
Anna Schmidt Acessórios, de São José
Carolina Vicchietti, de Rodeio
Dani Depi, de São José
Fabiana Silva, de São José
Gabriela Faraco Acessórios, de Florianópolis
Izolo Bijoux, de São João Batista
Luiza Castelan Handmade Jewelry, de Florianópolis
Mariana Dias, de Tubarão
Paula Monfroni, de Florianópolis
Rafaela Andrade Acessórios, de São José
TOUS Bijous, de Florianópolis
ULM Bijoux, de Florianópolis
Vanessa Heichsen Acessórios, de São José