O poeta Zininho foi feliz ao retratar Florianópolis nos versos de seu Rancho de Amor à Ilha. Vivemos, sim, em um pedacinho de terra com belezas sem par. Aqui e talvez em nenhum outro local exista algo parecido , temos uma enorme concentração de praias, rios, morros e outras formações naturais que são como um poema ao luar em poucas centenas de quilômetros. Lugares que atraem visitantes de todo o mundo e encantam qualquer indivíduo que invista, mesmo que poucos minutos por dia, para apreciar a paisagem que o cerca. Ou seja: somos abençoados.
Mas, às vezes, parecemos não ser merecedores da atenção dada pela natureza ao local onde vivemos. Nossas praias e nossa lagoa – “cristal onde a lua vaidosa/sestrosa, dengosa/vem se espelhar…” – estão poluídas. As rodovias que nos levam a locais tão belos quanto o Abraão, o Ribeirão da Ilha ou a Cachoeira do Bom Jesus estão abarrotadas. Ocupações irregulares se espalham por morros e dunas, agredindo o ambiente e pondo em risco a segurança dos próprios moradores, vítimas de deslizamentos que se repetem sempre que chegam as estações mais chuvosas.
Com a proximidade do aniversário da cidade, chegou a hora de assumirmos nossas responsabilidades e prepararmos os presentes que Florianópolis merece e que vão garantir um futuro melhor para todos. Saneamento, planejamento urbano, estímulo ao desenvolvimento sustentável, geração de empregos e renda em áreas que são vocações naturais – o turismo e a tecnologia, por exemplo. Bandeiras não faltam.
Várias dessas bandeiras, diga-se, já são empunhadas constantemente pela Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif). Mas os desafios são enormes e só serão vencidos por um esforço conjunto de todos os envolvidos. A união será essencial para transformarmos o próximo dia 23 num marco da história do município. Vamos ao trabalho! Depois, se formos novamente merecedores do paraíso em que habitamos, poderemos, ainda como diz o poeta, sentar sob a velha figueira e ter uma tarde fagueira lendo o jornal.
*Por Doreni Caramoi Júnior