De toda a água que se retira de mananciais para abastecer as capitais brasileiras, quase a metade (45%) se perde antes de chegar às casas e atender à população. A principal causa são os vazamentos na rede.
Porto Velho tem a pior situação entre as capitais em termos percentuais -78,8%- e o Rio de Janeiro tem a maior perda se for levado em conta o volume total jogado fora – o equivalente a 618 piscinas olímpicas.
Em São Paulo, a perda é menor do que a média das capitais e fi ca em 30,8% – em 2001, a estimativa era de 33,5%. Mesmo assim, o extravio ainda é muito superior ao considerado aceitável por especialistas -entre 15% e 20%. O Japão, por exemplo, tem perda de apenas 4%.
O problema não é novo. Em 2002, o Ministério das Cidades estimava a perda
nacional de água em 40%.
Para chegar à quantidade de água perdida na rede, a conta é a seguinte: faz-se a subtração entre o que é retirado dos mananciais (a medição acontece nas Estações de Tratamento de Água) e o Vazamento na rede é causa principal do desperdício que é consumido.
Por isso, acabam sendo computados, além dos vazamentos, os erros de medição, as frauds nos hidrômetros e as ligações clandestinas de água. Segundo a Sabesp, por exemplo, os vazamentos são responsáveis por 65% do total perdido na capital paulista.
Para José Aurélio Boranga, presidente da ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental), é imprescindível investor em tecnologia e trocar a tubulação antiga. De acordo com ele, as maiores perdas ocorrem nos ramais -pontos em que a água deixa a rede da rua e segue para as casas dos consumidores Segundo Marussia Whately, coordenadora do Programa Mananciais do ISA, para alterar o quadro atual é necessário combate intenso aos vazamentos. "O atendimento rápido é muito importante."
Segundo as associações brasileiras de empresas estaduais (Aesbe) e de concessionárias (Abcon) de saneamento básico, seriam aceitáveis índices de perdas sempre abaixo de 20%.
(Fonte: Folha de S. Paulo).
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