Um jovem de muitas idéias
Novo presidente da ACIF, Doreni Caramori Júnior irá estimular um maior intercâmbio de informações entre a entidade e o poder público
Com 29 anos, ele é o mais jovem presidente da história da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF). O empresário Doreni Caramori Júnior tem uma consolidada trajetória no associativismo, tendo ocupado a presidência da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (atualmente é presidente do Conselho Superior) e a primeira vice-presidência da ACIF na gestão que se encerra. Ele toma posse dia 23, mas antecipa seus projetos ao Imagem da Ilha.
Imagem da Ilha: Você aspirava ser presidente da ACIF?
Doreni Caramori Júnior: Quando você entra em um determinado projeto acreditando nele, quer ir até o final, até o máximo que você possa contribuir. Consegui aplicar muitas de minhas idéias como vice-presidente da ACIF, mas obviamente não na receptividade que gostaria. Ainda que nesses oito anos eu tenha concordado com praticamente tudo que o presidente tem feito, algumas coisas eu faria diferente.
Que novos projetos já estão planejfdados para este ano?
A associação vai ter uma abordagem diferente, lastreada em sete grandes pilares, áreas de abrangência – Rede, Gestão, Soluções, Exposição, Opinião, Comunidade e Representação –, cada uma com vários projetos. Existem inovações em todas as áreas, mas as maiores são em três – Opinião, Comunidade e Representação – onde historicamente a ACIF não fez muito. Na de Opinião, por exemplo, a idéia é gerar pesquisas e indicadores econômicos da cidade, de atratividade do turismo, de custo de vida, de PIB municipal. Hoje, a pesquisa tem pouca variedade estatística e os indicadores locais são muito pobres e não tem perenidade, faz-se alguma coisa, mas não há continuidade.
Qual seria na sua opinião uma pesquisa fundamental?
Precisamos saber qual a expectativa do empresário nesse momento de crise, que por aqui é mais psicológica que real. Este é um indicador importante a ser trabalhado.
O que será feito para melhorar a prestação se serviços no comércio? Serão oferecidos mais cursos de capacitação?
A Associação já tem uma boa base de capacitação. Precisamos conhecer mais a demanda das empresas e dos empregados, saber o que está faltando, e não inventar moda. A Abrasel tem programas, o CDL também, a ADVB. A idéia é trabalhar de maneira coligada, criar um sistema de aglutinação dos programas de capacitação.
Quais as maiores carências?
Seria leviano da minha parte apontá-las, pois não conheço 100% das vagas de capacitação. O que posso afirmar é que existe superposição em algumas áreas e carência em outras.
Que projetos terão benefícios diretos na comunidade?
Os da área de Comunidade. Já temos bons projetos, como o Reóleo. Teremos agora o Relixo, reciclando o lixo eletrônico. O projeto é novo na ACIF, mas estará interligado a iniciativas isoladas que já existem. Queremos fazer uma ponte entre coleta, capacitação para reciclagem e venda, interligando entidades que atuam na ressocialização de presos e entidades de capacitação. É possível reutilizar várias partes de computador e montar laboratórios de informática para crianças carentes ou mesmo vender esses materiais. É um projeto de socialização, meio ambiente e geração de oportunidades.
A idéia criar, como no Reóleo, pontos de coleta onde as pessoas podem descartar esse lixo eletrônico?
Sim, mas queremos começar pelos grandes descartadores.
Que projetos irão ampliar a participação da entidade junto ao poder público?
As iniciativas da área de Representação, buscando uma relação permanente com o poder público. A ACIF já participa, mas de maneira desarticulada, pontual.
A ACIF pretende aumentar sua atuação em conselhos e outros órgãos públicos com representação privada?
Ela já participa de 26 conselhos, o que falta é dar efetividade. É necessário também conhecer melhor o secretariado, os vereadores, ter um trabalho permanente com a Câmara Municipal, com a Assembléia Legislativa, com parlamentares federais, para apoiar e cobrar.
A ACIF concluiu e entregou ao Prefeito o documento “PMF 2012”, onde sugere soluções para várias áreas. O que a entidade irá fazer para que ele não seja esquecido, colocado na gaveta?
Entregamos no ano passado ao prefeito e vereadores eleitos e aos principais secretários. É um produto estimulado pela ACIF e focado na comunidade, baseado em iniciativas que deram certo e que contou com a participação de 39 técnicos. O papel da ACIF não é gerenciar a cidade, é sim elevar o nível dos projetos e estimular uma discussão. Neste ponto ela já atingiu seu objetivo. Obviamente que gostaríamos que o prefeito e os vereadores adotassem 100% dele. Muitas sugestões já foram implantadas.
A entidade não pode obrigar, mas pode acompanhar as discussões e reforçar suas idéias…
A atuação da ACIF vai ser com inteligência, com a geração de indicadores e sua divulgação. Na Secretaria de Educação, por exemplo, há indicadores claros, como o IDEP. As propostas da ACIF buscam melhorar esse indicador de qualidade do ensino. Se a Prefeitura adotar as idéias da entidade e o indicador for melhorando, é prova que elas são boas. Se não adotar e for piorando, mostrará que o caminho seguido pelos governantes está equivocado. Se o saneamento continuar ruim daqui a um ano, vamos mostrar para eles e para a sociedade que o que está sendo aplicado continua errado.
Qual sua opinião sobre as medidas que estão sendo implantadas em forma de teste para melhorar o trânsito?
O método da tentativa e erro já deveria ter acabado lá na década de 70. Muitas são boas, mas nenhuma vai funcionar enquanto não existir planejamento, pode colocar o secretário de transportes que for. O problema é que elas geram uma repercussão negativa na opinião pública. Daqui a pouco estão dizendo que a via exclusiva de ônibus é ruim porque ela está sendo mal implantada aqui. E ela não é ruim. Temos é que parar tudo e planejar, criar um debate social forte.
Uma das propostas do documento é a criação do cargo de diretor-geral nas secretarias. Essa sugestão não vai na contramão do enxugamento da máquina pública?
Não. O projeto da ACIF tem uma preocupação orçamentária, diferente dessa reforma administrativa que foi implementada. Não é proposta de enxugamento, mas de racionalização, de reposicionamento de cargos. É necessário ter alguém dentro da secretaria que seja o gestor dela, que não seja trocado a cada mandato, um funcionário de carreira. O diretor-geral tem função executiva. O secretário dá o viés político.
No atual governo, alguns secretários acumulam funções, assumindo mais de uma secretaria ou órgão municipal. O que pensa sobre isso?
Nossa opinião é a seguinte: a cidade tem muitas pessoas interessadas em contribuir. Daria para ter uma pessoa muito boa em cada uma das secretarias. O Prefeito pode escolher. Acumular secretarias é uma medida de centralização, e o mundo tem mostrado que quando mais descentralizado, melhor. Existem outras ferramentas para o Prefeito controlar a execução que não pelo acúmulo de secretarias.
(Jornal Imagem da Ilha)
REFORÇO
O empresário João Batista Lohn, dono do Imperatriz e que está à frente da Benefest, aceitou convite de Doreni Caramori Júnior. Ele assume, no próximo dia 23, uma vaga no Conselho Superior da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis, a ACIF.
(Coluna Juliana Wosgraus – Diário Catarinense)
RENOVAÇÃO
Doreni Caramori Júnior, que está assumindo a presidência da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis, está sendo estimulado a enfrentar as urnas, em 2010.
(Coluna Cláudio Prisco – A Notícia)
PRESTÍGIO
Os presidentes da Assembleia, Jorginho Mello, e do Tribunal de Contas, José Carlos Pacheco, já confirmaram presença na posse de Doreni Caramori Júnior, no próximo sábado, na Associação Comercial e Industrial de Florianópolis.
(Coluna Cláudio Prisco – A Notícia)
Equívocos a eliminar
Encerrada a reunião do Conselho Mundial de Turismo é fundamental, agora, que governo estadual, prefeitura, Embratur e demais apoiadores façam uma criteriosa avaliação sobre as conquistas. Mas, também, sobre as falhas detectadas, para a correção de rumos.
O primeiro lapso foi antecipado pela coluna há mais de um mês: o não envolvimento efetivo do trade turístico, das lideranças empresariais e dos formadores de opinião. A associação comercial, por exemplo, deu todo o apoio. Pediu uma credencial. Não obteve. Alegaram que as vagas estavam fechadas. Pela importância, o WTTC deveria ter sido alvo de outdoors na cidade, primeiro, para informar a comunidade, e, depois, para dar boas-vindas aos participantes. Tem sido prática comum, aqui mesmo no Brasil, em todos os congressos da Abav.
A segunda falha foi o caráter fechado da reunião. Era um evento restrito aos membros do WTTC, todos estão cansados de saber. Mas, pelo nível dos debates, pela troca de ricas experiências e pelas avaliações econômicas e sociais feitas por especialistas de todo o mundo, por que não abrir para a comunidade acadêmica, para os empresários do setor? Como? Já que espaço físico era restrito e limitado aos membros do conselho, que fossem colocados telões dentro do Costão do Santinho, credenciando, sem ônus, professores de turismo, de economia, secretários municipais e líderes das entidades de trabalhadores em empreendimentos turísticos. Ou, ainda, que se garantisse a transmissão dos debates pela TV Assembleia, TVCOM ou internet. O efeito multiplicador seria inimaginável.
(Coluna Moacir Pereira – Diário Catarinense)