O governo está preparando medidas para reduzir em 25,5% os encargos trabalhistas pagos pelas empresas no Brasil. A informação foi dada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista ao jornal britânico Financial Times. Segundo ele, o objetivo é amenizar os efeitos da crise.
O ministro diz que os empregados não terão perdas e que haverá outra solução para cobrir este custo. Tudo indica que será mais um custo ao Tesouro do país, mas como o Brasil enfrenta uma informalidade gravíssima, acima de 50% no mercado de trabalho, a medida poderá ajudar.
(Coluna Estela Benetti – Diário Catarinense)
Erro histórico
A implantação do Porto Turístico de Florianópolis terá por missão a correção de um erro histórico: o boicote ao porto da Capital. Até a primeira metade do século 20, Floripa tinha uma intensa vida portuária. O declínio se deveu a três fatores: à Ponte Hercílio Luz, à política da época – que direcionou investimentos ao Porto de Itajaí – e ao assoreamento do canal da Baía Norte, abandonado pelos sucessivos governos. Com o revival do porto, ganhará a vida náutica da Grande Florianópolis e do Sul do Brasil, com o estímulo ao turismo marítimo, ao iatismo, à pesca artesanal e à maricultura.
(Coluna Sérgio da Costa Ramos – Diário Catarinense)
Perguntem ao Alcides, por Vinicius Lummertz*
Florianópolis já foi a “cidade do setor público”. Vista pelo interior com desconfiança, porque concentraria muito mando e poder e pouco trabalho. Enquanto no interior filhos de imigrantes construíam uma economia do nada, à base de trabalho, transformando microempresas de vários setores em polos setoriais de excelência em regiões de alto crescimento econômico, Florianópolis, a capital, permanecia distante, pequena e insular vivendo a sua própria vida.
Sentimentos históricos, e anacrônicos, à parte, Santa Catarina deu certo. Um dos Estados de desenvolvimento mais recente, é hoje modelo não só no Brasil – têm o IDH mais alto da América Latina, tem uma economia pujante, diversificada e uma grande viabilidade futura na era pós-industrial. Se Santa Catarina deu certo é porque não só o pilar privado sustentou. O pilar público foi a segunda coluna.
Os pilares institucionais funcionaram. Instituições do Judiciário e Legislativo, secretarias e empresas, como Celesc, Casan, BRDE, Badesc, Codesc, Epagri, Cidasc, Deinfra e Deter, instituições como Udesc e a UFSC, Eletrosul e Sebrae funcionaram como plataforma para o desenvolvimento.
Se não sabem, perguntem ao Alcides, o professor Alcides Abreu, um dos que mais deram contribuição ao desenvolvimento institucional aplicado ao desenvolvimento de um Estado. Hoje, Florianópolis não é mais a “cidade do setor público”. Não tem mais prefeitos nomeados, adquiriu autonomia. Tem vocações no turismo, na tecnologia, é orgulho de cidade-capital para todos os catarinenses.
Paradoxo: com suas novas vocações em andamento, Florianópolis deverá se voltar para sua vocação de liderança institucional, recuperando a força do setor público, não mais com o objetivo de mando e controle, mas sim mediante a modernização e o aprimoramento consciente e radical do mesmo setor público que, desprestigiado, perdeu qualidade e força.
O cisma histórico, sobretudo psicológico, que divide capital e interior, não cabe mais no contexto de um Estado “bem resolvido”. É neste quadro que se inscreve o esforço de descentralização, que espalha o Estado “por toda Santa Catarina”. É neste quadro que se inscreve a construção da ENA-SC, parceria entre a ENA (École Nationale D’Administration) e Esag-Udesc, para a construção daquela que poderá ser a melhor escola de administração pública do Brasil.
Uma visão madura requer o entendimento de que, na maior parte dos casos, Santa Catarina foi bem governada, a despeito do quanto falam mal uns políticos dos outros, por questões de “futebol político”. Diria, sem pestanejar, que tivemos uma boa classe política e um bom setor público que bem refletiu os impulsos e desejos de desenvolvimento de todo o interior do Estado.
Diria que, por muito tempo, a média do funcionalismo público superou em capacidade a do privado, e isto foi um empurrão que o público deu ao privado. O mesmo deverá acontecer no setor público – e isto deve ser visto como oportunidade. E esta é uma vocação que Florianópolis teve e tem, e da qual o povo tem de se orgulhar. É um papel que a história lhe reserva: capital da inteligência do setor público. Como diria o professor Alcides Abreu: por que não?
*Secretário de Articulação Internacional do Governo do Estado de Santa Catarina
(Artigos – A Notícia)
Custo de vida
O Índice de Preços ao Consumidor (Custo de Vida) de Florianópolis, do Itag/Esag, aumentou 0,41% em junho. O indicador mede a variação de preços incidentes sobre os orçamentos de famílias com rendimentos de um a 20 salários mínimos, e leva em consideração 319 itens.
(Economia – Diário Catarinense – 03/07/2009)