Santa Catarina é o estado brasileiro que mais tem reduzido proporcionalmente o combate à pobreza. O índice caiu de 19% da população em 1990 para 11% em 2009. Contudo, ainda há cerca de 800 mil pessoas nessa condição, e destas, 102 mil têm renda inferior a R$ 70 mensais.
Estas e outras constatações estão presentes no estudo Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – Santa Catarina, lançado em dezembro de 2011 pelo Movimento Nós Podemos Santa Catarina (MNPSC), que reúne diversas entidades públicas, empresas, organizações da sociedade civil, universidades e prefeituras.
A proposta da publicação é mobilizar a sociedade catarinense para que as Metas do Milênio, também conhecidas como Oito Jeitos de Mudar o Mundo sejam atingidas até 2015, conforme preconiza a Organização das Nações Unidas (ONU).
Oito grandes temas são abordados com recorte por regiões e por segmentos sociais: Acabar com a fome; Melhorar a educação; Promover a igualdade entre os sexos; Reduzir a mortalidade infantil; Melhorar a saúde materna; Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças; Garantir a sustentabilidade ambiental, e Estabelecer uma parceria mundial para garantir as condições de desenvolvimento.
Pesquisa
O estudo aponta que Santa Catarina tem bons indicadores sociais, mas está longe de ser a “Europa brasileira”. Um dos capítulos trata especificamente disso. Quando o estado é comparado aos países da OCDE – Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico, que reúne 34 países com economias de alta renda -, está em boa situação quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), escolaridade e mortalidade infantil. Mas não está bem em termos de emprego para as mulheres, saneamento e acesso à internet. Em resumo, há conquistas importantes, mas muito a avançar.
No ODM 2, Educação, o estado atingiu a meta de acesso ao ensino fundamental, entretanto, 25% dos jovens não o concluem. Existe igualdade entre sexos nas escolas, o que atende parcialmente ao ODM 3, mas as mulheres, mesmo com mais escolaridade, recebem menores salários que os homens.
Santa Catarina precisará de grande esforço da sociedade para atingir o ODM 4, cuja meta é chegar a 2015 com 7,5 óbitos por mil nascidos. Também será preciso investir na redução da mortalidade materna e na reversão da tendência de crescimento da aids, principalmente entre jovens. A situação do acesso à água é muito positiva, próxima à universalização, mas o saneamento tratado é um dos piores do Brasil.
O estudo faz diversas recomendações a governo do estado, empresas, prefeituras e outras instituições para uma ampla mobilização social que contribua para a melhoria das condições de vida da população.
*Por Economia SC