ACIF – História: Relembre a trajetória de Lédio Martins, ex-presidente da ACIF
A história de Lédio Martins também esteve voltada à parte social e esportiva. Foi membro do Conselho Deliberativo do Clube 6 de Janeiro e um desportista extraordinário, como bem reportou através de sua coluna no Jornal de Santa Catarina e no programa Bola em Jogo, da TV Cultura, o jornalista Roberto Alves.
Trágica coincidência. Duplo acidente aéreo no mesmo dia, na mesma região e quase na mesma hora. Seus ocupantes iriam para a mesma cerimônia festiva. Na ocasião, a Rádio Rural de Concórdia, então do grupo de empresas da Sadia foi a fonte da informação dos sinistros acontecimentos para familiares, amigos, colegas das vítimas e dezenas de emissoras de rádio e outros veículos de informações de todo o país.
No dia 23 de setembro de 1981, quarta-feira que se transformaria num fatídico dia, era para ser de festa, alegria, Banda de Música pelas ruas da cidade, foguetório e a presença de autoridades e lideranças empresariais de Santa Catarina e Rio Grande do Sul para a inauguração da primeira loja de eletrodomésticos do grupo gaúcho JH Santos em território catarinense.
O dia transcorria com o céu cor de chumbo e parte da população já vibrava com o voo baixo do primeiro táxi aéreo que chegava de Porto Alegre. Estavam nele, o piloto Ercílio Caleffi e a copiloto Marilda Zaiden de Mesquita (a primeira mulher brasileira aviadora comercial); os passageiros Antônio Carlos Berta, então Secretário da Indústria e do Comércio do Rio Grande do Sul, Fábio Araújo dos Santos, presidente da Federação das Associações Comerciais do RS e do Grupo JH Santos, o superintendente da MPM Propaganda, Adão Juvenal de Souza e José Carlos da Silva Reis, chefe do departamento de recursos da JH Santos.
Aquela quarta-feira caminhava para o entardecer quando o pior aconteceu. O táxi aéreo chocou-se com um morro e explodiu em seguida diante dos olhos da população.
Poucos minutos depois, chegava a notícia na cidade da queda do táxi-aéreo Camboriú que procedia do aeroporto Hercílio Luz de Florianópolis, provocando a morte de seus passageiros e tripulantes próximo ao município de Seara. Era muita coisa para um dia só.
No segundo acidente morreram o Secretário da Indústria e Comércio, Hans Dieter Schmidt, Presidente da Associação Comercial de Florianópolis e da Facisc, Lédio João Martins, o empresário gaúcho Felix Araújo (irmão de Fábio que também morrera no outro na cidade pouco antes.
As histórias dos acidentes
Um dos ocupantes do táxi-aéreo sereia, o empresário Osvaldo Moritz – diretor dos Supermercados A Soberana, ex-presidente da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis e ex-presidente da Federação das Associações Comerciais e Industriais de Santa Catarina – desistiu também da viagem alegando mau tempo para voar. Ele não chegou a ir até o aeroporto e disse a Lédio Martins que tinha receio de embarcar com aquele tempo.
O Secretário Dieter Schmidt tinha deixado a presidência das empresas do grupo Tupy para assumir a Secretaria da Indústria e do Comércio do Estado de Santa Catarina, aceitando o convite do Governador Jorge Bornhausen.
O empresário Dieter Schmidt participava dos conselhos administrativos em várias empresas, inclusive integrava como membro o Conselho Consultivo Brasileiro/Alemão do “Deutch – Sudamerikanichbanck” e também presidiu a Associação Comercial e Industrial de Joinville.
O trágico acidente que vitimou as duas lideranças políticas e empresariais de Santa Catarina teve grande repercussão no meio empresarial e político do Estado, com manifestações e homenagens nas entidades e nos legislativos do congresso nacional, assembleia legislativa e nas câmaras municipais.
A ACIF, na realização da tradicional reunião plenária, prestou sua homenagem com a inauguração de uma placa, denominando o auditório da sede de Lédio Martins.
O jornal O Estado, de Florianópolis, publicou uma nota conjunta da Facisc e ACIF sobre o acidente destacando o prestígio que desfrutava Lédio Martins junto aos diversos segmentos públicos e privados.
A repercussão e as manchetes dos principais jornais de Santa Catarina, Jornal O Estado, Jornal de Santa Catarina, Jornal A Notícia e Jornal Diário da Manhã de Chapecó:
“Inédito: nos dois acidentes, coincidências inexplicáveis”
“Clima Tenso no Palácio do Governo”
“Poucas horas antes, outro avião caía matando cinco”:
“Fiesc acha que a perda é “irreparável”
“Lédio Martins foi sepultado em Coqueiros”
“500 pessoas dão adeus a Lédio Martins no Templo da Maçonaria”
“O acidente que matou empresários catarinenses”
“Coincidências nestas duas fatalidades”
“Senado, Câmara e Assembléia homenageiam”
“Desaparecimento gera consternação no Vale”
“Brasil enlutece com morte de empresários”
“Ainda repercute intensamente dupla tragédia aérea no Oeste
“Desde 58, acidentes de avião matam autoridades do Estado”
Maçonaria
O empresário Lédio Martins teve destacada atuação na maçonaria de Santa Catarina. Foi iniciado em 29 de novembro de 1969, na Augusta e Respeitável Loja Simbólica Campos Lobo, hoje Fraternidade Catarinense, ao Oriente de Florianópolis. Exerceu diversas funções na Loja Fraternidade Catarinense e do Capítulo Regeneração Catarinense.
Seu corpo foi velado na Loja Fraternidade Catarinense, até o translado para o cemitério de Coqueiros, onde repousa no Jazigo da família.
Na referida Loja, da qual era membro efetivo, seus Irmãos, em nome de toda a maçonaria, prestaram-lhe homenagens póstumas com um Ritual de Pompa Fúnebre.
Lédio João Martins
Lédio nasceu em 12 de agosto de 1935 no subdistrito do Estreito, em Florianópolis. Casado com Nilza Hass de Novaes Martins. Do casamento, nasceram os seguintes filhos: Lenize de Novaes Martins Bittencourt, Liliane de Novaes Martins Lago e Lédio Novaes Martins.
Iniciou seus estudos no Grupo Escolar José Boiteux, no Estreito, e estudou até o segundo ano da Faculdade de Economia, da UFSC.
Em 1º de junho de 1955, ingressou como contador na Madeireira Brasilpinho e, por seus méritos galgou todos os postos administrativos. Culminando por atingir em 1970 o cargo de diretor comercial da referida empresa, onde permaneceu até seu último dia.
Exerceu também o cargo de Diretor de Empreendimentos da Massiambú Indústria e Comércio e fazia parte do Grupo Kobrasol, onde teve destacada atuação no projeto do Bairro Kobrasol, onde hoje a avenida principal tem o seu nome.
Na ACIF, durante a gestão de Osvaldo Moritz, de 1975 a 1979, foi secretário e de 1979 a 1981, acumulou a presidência da Federação das Associações Comerciais e Industriais de Santa Catarina e da Associação Comercial de Florianópolis.
A história de Lédio Martins também esteve voltada à parte social e esportiva. Foi membro do Conselho Deliberativo do Clube 6 de Janeiro e um desportista extraordinário, como bem reportou através de sua coluna no Jornal de Santa Catarina e no programa Bola em Jogo, da TV Cultura, o jornalista Roberto Alves.