Com outras pessoas e depois da quarentena? Não! Consigo mesmo. Quando? A partir de agora.
O mundo vivendo uma pandemia sem precedentes e você se percebe padecendo por não querer quebrar a regra do isolamento ao passo de também não querer estar só.
Centenas de milhares de seres humanos estão vivendo esse mesmo drama, dentre tantos outros.
Pessoas que, assim como você, estão se sentindo inseguras, com medo e até confusas com todo esse novo cenário imposto de forma tão abrupta no nosso cotidiano. Muitos de nós já não consegue mais raciocinar direito nem mesmo tomar pequenas decisões cotidianas que lhe transmitam segurança e tranquilidade.
E, quanto mais a quarentena avança, mais tudo parece incerto. Se você continuar assistindo, sem filtrar, tudo o que é notícia… Se continuar a ouvir os relatos de mortes por dia que – infelizmente – diante de guerra ou pandemia acabam por passar a “meras estatísticas” (até que um dos seus faça parte dos dados, lógico!)… Se continuar a querer buscar respostas para tudo o que está acontecendo ou mesmo desejar saber como será a vida pós-pandemia, poderá também acabar ficando emocionalmente frágil e agravar ainda mais sua situação.
Aos poucos você se sentirá cada vez mais impotente por perceber-se incapaz de dar solução a algo tão grandioso e que foge de suas aspirações mais genuínas pelo bem da humanidade. E isso é tão apavorante quanto triste.
Sozinhos não temos como trazer soluções grandiosas para uma situação tão delicada e complexa como essa. Coletivamente, sim!
Eis que aqui surge uma reflexão: se contribuo coletivamente me isolando, como posso contribuir individualmente? Reencontrando-se. Isso mesmo: deparando-se consigo mesmo.
A quarentena pode ser um grande ensejo!
Você já pensou em quanto a solidão, a saudade e até mesmo o aprendizado da “microconvivência” conosco mesmo, e com quem dividimos nosso lar, pode ser um campo repleto de autoconhecimento?
Já parou para imaginar o quanto isso pode te ajudar a superar tantas outras situações?
Pois é, submeter-se ao grande desafio de se conhecer melhor deve ser tarefa para uma vida inteira… e ter a oportunidade de fazer um “intensivo” desse (auto)conhecimento pode ser uma oportunidade e tanto, concorda?
Estar mais presente no tempo presente, prestando a devida atenção a cada movimento do seu dia-a-dia… olhando com detalhes cada momento… escutando com zelo cada som, cada uma das pessoas com quem conversa presencial ou virtualmente… sentindo o cheiro das coisas… das suas coisas… da sua cama, das suas roupas, da sua comida… e, por falar em comida, você tem reparado nos sabores que está a degustar? E na sensação de que cada alimento te proporciona? Use todos os seus sentidos e capacidades à seu favor, ao seu desenvolvimento pessoal.
Ahhh… se, para você, essa quarentena pode ser um momento de autoconhecimento, por que perder essa chance? Para que continuar buscando momentos extraordinários se podes encontrar tanto nos momentos ordinários, ainda que esteja recluso em sua casa que, espero, seja seu lar.
Sim, esse momento pode não trazer certezas, mas pode trazer importantes reflexões. Se isso acontecer, você já conseguiu encontrar a sua contribuição individual para o que estamos vivendo.
Pense nisso… imagine como esse reencontro consigo mesmo pode ser algo extremamente transformador…
Imaginou?
Então eu quero te dizer que você pode não ser uma pessoa perfeita, mas há muito de genuíno aí dentro de você. E é hora de você se reencontrar com você mesmo.
Mas, antes, saiba de uma coisa: é bem provável que nesse reencontro, você também se depare com um lado não tão bonito de si. Faz parte… somos humanos, não somos perfeitos. Ninguém é.
O que fazer? Olhe para isso… perceba-se… escute-se… cheire-se… e deguste-se…
Trabalhando com inteligência emocional há tantos anos eu posso te afirmar que o autoconhecimento é o alicerce mais sólido e seguro para todo e qualquer projeto que tenhas em sua vida, agora e pós-pandemia.
Então aceite esse convite… vá a esse encontro… e esteja cuidadosamente atento a cada gesto, a cada fala, a cada momento.
Para que continuar se sentindo impotente se você pode estar mais seguro de mãos dadas consigo mesmo(a)?
Beijo grande para vocês! Para você e para a sua “autocompanhia”.
Escrito por:
Priscylla de Oliveira Silveira
Psicóloga organizacional, especialista em inteligência emocional e mentora de lideranças organizacionais.