O jargão popular diz que “a ocasião faz o ladrão” e as estatísticas confirmam: cerca de 90% das ações criminosas ocorrem por que os autores percebem uma oportunidade de baixo risco para roubar, furtar ou sequestrar. “Algumas medidas básicas são capazes de inibir a criminalidade”, garantiu Fernando Luiz, Coronel PM reformado e hoje consultor, que participou do Seminário de Segurança Pública promovido pela ACIF Regional Ingleses, na noite da última quinta-feira.
“Nossa proposta é de oferecer conhecimento para que os empresários – em especial os comerciantes, mas também os moradores e turistas – possam se prevenir e minimizar os riscos de serem vítimas”, explicou Alfredo Maurício Neto, diretor-geral da ACIF Ingleses. Além do Cel. Luiz, participou Alberto Carlos Neves, presidente do Conselho de Segurança de Ingleses (Conseg), que abordou o relacionamento com a população em situação de rua.
“Moram mais de 70 mil pessoas no Norte da Ilha (Ingleses, Santinho e Rio Vermelho) e no verão esse número chega a 500 mil. A circulação de turistas e o movimento do comércio, das imobiliárias e das agências bancárias também atraem pessoas de má índole e precisamos saber nos defender”, observou Maurício Neto.
Confiram as recomendações para reduzir os perigos da criminalidade:
– No comércio, a frente do caixa pode facilitar a ação dos ladrões. Evite que o caixa seja próximo da porta do estabelecimento;
– Jamais conte dinheiro na frente dos clientes e faça a sangria do caixa com frequência, reduzindo o valor em espécie;
– Evite a rotina! Alterne os horários e o trajeto para depositar o faturamento diário no banco. Idosos, mulheres e menores são sempre mais visados pelos ladrões;
– Seja observador: há detalhes que permitem identificar um marginal, como o uso de capuz ou boné, roupas em desacordo com clima, volumes sobre a camisa ou descer da moto sem tirar o capacete;
– Não há pessoas suspeitas, mas atitudes suspeitas. Alguém que está em desacordo com o ambiente, ou que passa várias vezes pelo mesmo local e sem motivação, apenas observando – pode ser um potencial criminoso;
– Seja discreto! Não compartilhe informações sobre negócios realizados, dinheiro ou joias guardados em casa. Evite as comemorações em público e a ostentação nas redes sociais;
– Não compartilhe sua rotina – ou de sua família – nas redes sociais, facilitando o trabalho de ladrões, golpistas ou sequestradores;
– Cuidado com o que descarta: muitos ladrões reviram lixos em busca de informações privilegiadas e encontram agendas com senhas, números de documentos etc.
– Em algumas circunstâncias um espelho pode ser tão útil quanto uma câmara de vigilância;
– Tem um supermercado? Confira se as gôndolas permitem observar o(s) corredor(es) ao lado e se existem pontos cegos para as câmaras ou espelhos;
– A tecnologia é uma grande aliada da segurança: câmaras de vigilância, sensores de presença, etiquetas antifurto, portões eletrônicos de última geração, botões de pânico, entre outros recursos, podem fazer a diferença. Mas sem planejamento e controle de qualidade, seu investimento pode ser um desperdício!
– A solidariedade entre vizinhos é um recurso cada vez mais eficiente. Grupos de WhatsApp, contatos com as polícias Civil e Militar e a Guarda Municipal e observação permanente são ações que geram reciprocidade e aumentam a sensação de segurança;
– Diante do assaltante, nunca reaja, não faça movimentos bruscos, não olhe diretamente para ele e não se apavore. Mantenha a calma, pois o ladrão quer roubar e fugir o mais rapidamente possível.
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Nos últimos anos, aumentou consideravelmente o número de moradores de ruas em Florianópolis, quase todos vivendo de esmolas e doações de alimentos e roupas. Como devemos agir quando somos abordados por eles? E se houver constrangimento a clientes? Como podemos distingui-los dos criminosos? As dicas são do coronel PM (reformado) Alberto de Barros Neves, presidente do Conseg de Ingleses.
– Não dê esmolas, roupas ou alimentos. Isso cria dependência e não tem relação de troca, não gera uma contrapartida do beneficiado para se reintegrar socialmente;
– O ideal é comunicar os órgãos de assistência social ou alguma organização com foco na recuperação de Pessoas em Situação de Rua;
– Alguém em situação de rua pode roubar? O provérbio popular diz que “a ocasião faz o ladrão”. Portanto, o importante é observar as atitudes de quem o cerca e não facilitar;
– Quando criarem algum constrangimento, permanecendo à frente do seu estabelecimento e abordando clientes, evite o confronto. Acione a Guarda Municipal ou a Polícia Militar, que agem profissionalmente.