Emílio Ramos Blum nasceu na cidade de Bagé (RS) no dia 10 de abril de 1861, filho de Jacques Blum e de Amélia Blum, ambos franceses. Foi casado com Maria do Carmo Fragoso Blum com quem teve os seguintes filhos: Heitor Blum, Armando Blum, Branca Blum e Albertina Blum. Dos 13 aos 20 anos de idade residiu em Paris com o objetivo de estudar engenharia. Em 1880, já formado, regressou ao Brasil e fixou-se na cidade de Desterro, atual Florianópolis. A partir de então envolveu-se com a campanha republicana na província de Santa Catarina. Após a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, iniciou sua carreira política como superintendente municipal de Desterro. Em 1891, foi eleito deputado constituinte estadual com mandato até 1893. Entretanto, em função dos conflitos entre legalistas e federalistas a Constituinte foi dissolvida. Participou em ação de companhia militar nos combates do Rio Negro e da Lapa (estado do Paraná, Revolução de 1893), onde foi ajudante de campo do General Argolo e do Coronel Gomes Carneiro. Emílio Blum, por seu engajamento na defesa das forças legais, recebeu a patente de coronel do então presidente Floriano Peixoto (1891-1894). No início de 1894 foi eleito deputado federal por Santa Catarina, cumprindo o mandato de 1894 a 1896. Em seguida retornou à política local, assumindo novamente a cadeira de deputado estadual, como suplente convocado, em 1900. Em 1906, foi mais uma vez eleito deputado estadual, com mandato de 1907 a 1909. Participou da Assembleia Constituinte estadual de 1910 e das duas legislaturas seguintes (1910-1912 e 1913-1915). Participou da criação do Instituto Técnico Comercial e Naval e também da Associação Comercial de Florianópolis, tendo sido o seu primeiro presidente. Durante sua gestão, nos anos de 1915 e 1916 (durante a Primeira Guerra – 1914/1918), Santa Catarina vivia ainda o conflito do Contestado (1912-1916) e o país estava sob a presidência de Venceslau Brás (1914-1918) no período conhecido como República Velha (1889-1930). Como presidente da Associação, participou dos esforços para a instalação da primeira agência do Banco do Brasil no estado, em 1916, nas imediações da Praça XV de Novembro, em Florianópolis, além de ações em prol das vítimas da Guerra do Contestado com arrecadação de donativos. Seu filho Heitor Blum foi prefeito de Florianópolis e presidente da associação em 1926, como também seu outro filho, Armando Blum, ocupou diferentes cargos nas diretorias da associação. Faleceu na cidade de Mendes (RJ) no dia 5 de março de 1918 e é nome de rua no centro de Florianópolis, onde está situada a sede da ACIF.
Projeto ACIF 100 anos
Elisiana Trilha Castro e Lucésia Pereira (pesquisa e coordenação)
Julia Massucheti Tomasi (pesquisa)
Texto organizado por Elisiana Trilha Castro
Fontes:
Livro Ata 1 (1915 a 1931). Arquivo ACIF 100 anos.
Jornal República, Florianópolis (SC) de 13 de março de 1921
DANTAS, Carolina. Emílio Blum. Dicionário da Elite Política Republicana [Recurso eletrônico]: 1889-1930. Rio de Janeiro: Editora CPDOC, 2016. Disponível em: < http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/KONDER,%20Adolfo.pdf>. Acesso em: 14 out. 2016.
FONTOURA, Luiz Ari Souza. Levantamento de documentos históricos da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis. Arquivo ACIF 100 anos, [s/d].