Impacto, semelhante ao garantido por uma área florestal de 50 campos de futebol, foi calculado por estudo científico em parceria com a UFSC e será apresentado em Conferência Internacional na Indonésia. Número celebra os 16 anos do Programa.
O Programa ReÓleo, da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF), tem evitado, além da poluição de rios, mares e do lençol freático, a emissão de gases causadores do efeito estufa. Dados do estudo “Emissões de Gases de efeito Estufa do Programa Reóleo-ACIF”, desenvolvido pelo economista Eduardo Beskow e pelos engenheiros químicos Gabriel de Moraes e Bianca Gasparini, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mostram que o programa evitou o despejo de 24,3 mil toneladas de CO2 (dióxido de carbono) na atmosfera. Com o apoio da ACIF, o artigo científico será apresentado nos dias 4 e 5 agosto na Conferência Internacional sobre Engenharia e Meio Ambiente, em Bali, na Indonésia.
A pesquisa utilizou metodologia e protocolos da Organização das Nações Unidas e teve como base a coleta de cerca de 1,1 milhão de litros de óleo de cozinha, resultado registrado pelo ReÓleo de 1998 até 2012. De acordo com o estudo, naquele período, 13,4 mil toneladas de CO2 ou o equivalente a 638 quilos de gás metano deixaram de ser emitidos na atmosfera com a correta destinação do óleo (ao se degradar, o resíduo gera gás metano, mas em pesquisas o valor é convertido em CO2). “Atualizando os dados do ReÓleo para os 2,6 milhões de litros de óleo já coletados e reciclados, chegamos a 24,3 mil toneladas de gás não emitidos. É como se 50 hectares ou 50 campos de futebol com a densidade florestal da Amazônia, responsáveis por reter o CO2, fossem plantados ou deixassem de ser desmatados”, explica Beskow.
Segundo o diretor do ReÓleo, Luiz Falcão de Moura, o estudo comprova que a correta destinação do óleo tem efeitos ainda mais surpreendentes em todo o meio ambiente. “Já mensurávamos os benefícios da reciclagem do resíduo na preservação da água, mas é ainda mais gratificante saber que contribuímos no combate às mudanças climáticas e até no desmatamento. E ser case de uma conferência como esta, destaca internacionalmente a importância ReÓleo, que promove a cidadania por meio da conscientização ambiental e acaba de completar 16 anos de destacada atuação”, ressalta.
O Programa ReÓleo
Iniciado em 7 de julho de 1998 pela ACIF Mulher na Lagoa da Conceição, o programa ReÓleo completou neste mês de julho 16 anos, e já coletou e reciclou mais de 2,6 milhões de litros de óleo vegetal. Sua importância pode ser dimensionada se pensarmos que cada litro de óleo despejado no esgoto tem capacidade para poluir até um milhão de litros de água. A quantidade corresponde ao consumo de uma pessoa durante 14 anos.
Com cerca de 200 pontos de coleta espalhados pela região metropolitana, o Programa atende toda a Grande Florianópolis. Com a parceria da Ambietal Santos, que recicla os resíduos, distribui produtos de limpeza biodegradáveis gratuitamente aos participantes do programa. Em média, o ReÓleo recolhe 30 mil litros do resíduo saturado todos os meses na Grande Florianópolis.
As escolas também contribuem com a coleta de óleo, tornando-se pontos de entrega voluntária. Hoje, já existem PEV’s instalados em escolas públicas e particulares da região. Além disso, qualquer pessoa pode participar, recolhendo seu óleo em casa e levando-o acondicionado em garrafas pet até os pontos de coleta. Escolas e condomínios, além da mobilização de alunos e moradores, também podem se tornar um ponto de coleta, assim como restaurantes e hotéis. Basta apenas fazer o cadastro via email junto ao programa e seguir as orientações.
Em 2012, o ReÓleo foi responsável por colocar Florianópolis no Guinness Book, como a cidade que mais recicla óleo de cozinha do mundo, e foi considerado o Melhor Projeto de Responsabilidade Ambiental pela APAE de Florianópolis, recebendo o Troféu APAE de Responsabilidade Social. Já em 2008, o programa recebeu o prêmio “Empresa Cidadã” da ADVB/SC na categoria Preservação Ambiental.
O programa conta com o apoio da Companhia de Melhoramentos da Capital (Comcap) e da Fundação do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram).
Veja como participar no reoleo.
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