Muita gente adiou o projeto de abrir um negócio em 2020. A pandemia do novo coronavírus mexeu com os planos de todo mundo e mudou as perspectivas de diversos setores do mercado.
Por outro lado, se algumas áreas foram prejudicadas com as mudanças de comportamento de distanciamento social, novos mercados surgiram e se expandiram.
Neste artigo, você vai ver quais são as principais tendências de mercado que têm impactado o consumo e provavelmente mudarão a visão que temos sobre o mercado durante o ano de 2021.
Os desafios e tendências de 2020
Passado quase um ano que entramos em uma recessão global, as expectativas para alguns setores começam a despontar de forma positiva e até a prever tendências para os próximos anos do que chamamos de “novo normal”.
Mesmo que o cenário econômico demore para se estabilizar novamente, existe otimismo. As pessoas estão descobrindo a força do empreendedorismo e, nos desafios, as soluções para os novos problemas.
Só entre maio e agosto de 2020, durante a quarentena, foram abertos mais de 782 mil negócios no país, segundo dados do Ministério da Economia. Isso mostra um perfil de brasileiros que investem e arriscam e que a adversidade pode ser transformada em impulso para mudanças significativas na economia.
Tendências para 2021
Não tem jeito. É preciso se adaptar à nova realidade do mercado. É certo que o pós-pandemia trará novos hábitos de consumo que virão para ficar.
Com as mudanças de comportamento, vemos surgir novas percepções sobre o consumo: nossa relação com o meio ambiente, as possibilidades de interação remota, uma atenção maior ao bem-estar e à saúde mental, a tecnologia promovendo cada vez mais comodidade.
Confira a seguir algumas tendências de negócios que despontaram em 2020 e que prometem se estabelecer neste ano e no pós-pandemia.
Consumo consciente
Uma das macrotendências que a crise do coronavírus traz para o país e para o mundo é o despertar do consumo consciente. Sair menos de casa e reduzir as idas às compras despertou novos olhares sobre o consumo.
As pessoas estão adotando hábitos mais responsáveis e conscientes de seus impactos na sociedade e na natureza.
O consumo sustentável, o hábito de comprar apenas o necessário, o consumo verde, a economia compartilhada, a valorização do comércio local e do pequeno produtor são alguns exemplos de como os costumes estão mudando.
Valorização do bem-estar e da saúde mental
A preocupação com a saúde mental já vinha sendo discutida antes mesmo de 2020, mas depois dos primeiros meses de pandemia foi amplamente relembrada e promete ser uma tendência para o pós-pandemia.
O isolamento social trouxe à tona a importância de desacelerar e, com isso, abriu para reflexão questões como autoconhecimento e auto aperfeiçoamento e a valorização pelo simples e minimalista, através de hobbies relaxantes, atividades manuais e de “faça você mesmo” e terapias.
Norteados pela tecnologia
Caracterizada pela conectividade, pelas realidades virtuais e inteligências artificiais, outra macrotendência que veio para ficar é a que coloca as tecnologias como norteadoras de nossa forma de se relacionar, negociar, ensinar, entreter e até locomover.
Outra característica é a do vídeo como principal formato do mundo multimídia. Videoaulas, webinars, vídeos curtos de entretenimento e consultas online são cada vez mais os formatos preferidos de conteúdo e comunicação.
O vínculo cada vez maior com a tecnologia também traz para o dia a dia dos consumidores as fintechs – empresas com sistemas de transações financeiras digitais como Nubank e PicPay –, a popularização dos e-sports (jogos eletrônicos), os robôs e assistentes virtuais e a mobilidade inteligente, com aplicativos de transporte de passageiros e mercadorias.
A praticidade do e-commerce e delivery
A aposta para 2021 é de que a economia mobile se intensifique, tornando padrão compras por e-commerce e sites colaborativos de compra online e entregas por aplicativos de delivery, como Ifood, Uber Eats e Rappi, e também através de redes sociais e WhatsApp. Estar em todos esses meios se tornará mais que um diferencial, mas um meio necessário.
Quem antes nem parava para pensar em vender pela internet e usar aplicativos de entrega, com a necessidade do distanciamento social, teve de se adaptar. Segundo pesquisa da Mobills, de janeiro a junho de 2020, os principais aplicativos de entrega de comida cresceram 103%.
Esse formato se mostrou ainda uma importante opção para pessoas com restrições alimentares, uma vez que com uma busca e um clique é possível conseguir produtos muito específicos antes difíceis de encontrar.
E é ainda uma alternativa prática e vantajosa para outros ramos de varejo como supermercados e lojas de roupas.
Trabalho remoto
Se antes o home office era visto como um diferencial entre as empresas e um benefício para colaboradores, hoje ele se tornou o padrão.
Ferramentas como o Zoom e o Google Meet são hoje aliados durante videoconferências e reuniões online.
O trabalho remoto tem mostrado sucesso para os negócios que adotam ferramentas de gestão e digitalizam seus processos e traz vantagens na flexibilização de horários e na produtividade de equipes.
Mais humano
Apesar do avanço tecnológico ter otimizado processos físicos devido ao distanciamento social, uma das tendências para 2021 é a humanização e o foco nas pessoas.
A adversidade trouxe à tona a importância de cuidar das relações interpessoais. A valorização de pessoas (tanto consumidores como colaboradores) surge como fator de relevância dentro do empreendedorismo.
O bom atendimento, o foco no sucesso do cliente, a empatia, a experimentação e conquista antes da venda e o foco nas trocas humanas são características dessa nova tendência de mercado que despontou ainda mais a partir dos desafios de 2020.
6 novos negócios para 2021
Vimos algumas das tendências e macrotendências que começaram a aparecer no ano de 2020. Mas em que tipo de negócio investir em 2021? Quais são os principais negócios que tendem a dar certo a partir deste ano?
Separamos alguns tipos de negócios que prometem ser promissores, com base no que vimos sobre mudanças de comportamento, valorização do consumo responsável, praticidade dos aplicativos, entre outros. Confira abaixo 6 novidades do mercado para 2021:
1. Brechós Online
A preocupação cada vez maior com consumo sustentável e a facilidade da compra online vem fazendo com que mais pessoas busquem esses tipos de loja.
Os brechós online já despontavam há alguns anos, mas em 2020, com a redução do consumo por conta da quarentena, investiu-se mais em marketing para esse tipo de segmento.
E em 2021 os brechós tendem a se expandir ainda mais, através de sites de e-commerce colaborativos e, principalmente, das redes sociais.
2. Assinaturas
Os negócios de assinaturas também já são populares há algum tempo. As assinaturas de revistas e de catálogos de streaming são alguns dos mais conhecidos.
Mas esse segmento expandiu tanto que hoje encontramos assinaturas dos mais variados tipos: seleção de vinhos, curadoria de livros, itens de papelaria, box de feira, entre outros.
O principal valor que esse tipo de negócio entrega, além da comodidade de receber em casa, é a experiência. Através de um pagamento recorrente, sendo normalmente mensal ou anual, o assinante recebe uma variedade de produtos com as últimas novidades, podendo ganhar itens exclusivos e surpresas a cada mês.
3. Produtos naturais, artesanais e veganos
Conforme vimos, a preocupação com o consumo consciente e responsável vem crescendo e, com ele, a demanda por produtos naturais, artesanais e sem origem animal.
Produtos veganos ganharam espaço no mercado de cosméticos e também de vestuário. Alimentos naturais, artesanais, vegetarianos e veganos mostram, além de atenção à causa animal, cuidado com a saúde.
No Brasil, 14% da população brasileira já se declara vegetariana, segundo pesquisa mais recente do Ibope.
Grandes empresas como Sadia e McDonald’s já entenderam essa tendência e lançaram linhas vegetarianas e veganas. E linhas de marcas como Natura e Boticário já trazem produtos 100% naturais também sem origem animal.
Mas mesmo que essa tendência venha crescendo faz algum tempo, ainda tem baixa concorrência.
Alguns exemplos de negócios com tendências a crescer são as produções de shampoo e condicionador sólidos e sabonetes com ingredientes naturais e sem embalagens de plástico.
4. Cursos online
A pandemia também fez crescer o segmento de infoprodutos. Os cursos online são bastante procurados por novos empreendedores que, com a crise, decidiram abrir seus negócios e agora precisam se aprimorar. O que faz com que cresça a demanda por conteúdo educativo.
Cursos online são solução para muitos empresários continuarem vendendo seus conhecimentos e serviços em forma de conteúdo e de maneira remota.
5. Plantas e jardim
Com as pessoas passando mais tempo em casa, cresceu também a busca por plantas e itens de jardinagem.
Segundo o Google Trends, durante a quarentena, o número de pesquisas por tutoriais de jardins e hortas em casa cresceu muito.
6. Negócios relacionados a higienização
O setor de higienização é outra tendência que ficará em alta por um tempo a partir de 2021.
Com as novas necessidades de manter superfícies higienizadas, surgem oportunidades para negócios como higienização de estofados, limpeza especializada e venda de produtos de limpeza.
Não existe momento perfeito
É certo que nem todas as tendências se concretizam ao longo dos anos e que o mercado é mutável.
Portanto, não existe momento certo para abrir um negócio e empreender. O importante é planejar muito bem antes de iniciar e estar preparado para mudanças e adaptações.