As belezas de Florianópolis já foram cantadas em verso e prosa. Nossa Lagoa formosa e nossa velha figueira, que tanto encantaram o poeta Zininho, até hoje conquistam não apenas aqueles que nos visitam, mas também os moradores que encontram um tempo na correria diária para olhar a paisagem da cidade. Há belezas sem par também no Continente. Para citar apenas um ponto, temos a praia de Itaguaçu, com suas “bruxas” transformadas em pedras, inspiração de outro mestre, nosso Franklin Cascaes. E nossa gente então! Tantas qualidades e histórias que enriquecem ainda mais as crônicas de Sérgio da Costa Ramos, herdeiro dos velhos mestres já falecidos.
Nos 288 anos da cidade, é impossível não celebrarmos nossas qualidades. Mas é fundamental também ligarmos o sinal de alerta e pensarmos no futuro da cidade. A Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF), que representa as forças produtivas do comércio e da indústria, está prestes a completar 99 anos. Ou seja: durante mais de um terço da história do município, estivemos ao lado da comunidade e dos administradores públicos buscando contribuir para a manutenção de nosso maior patrimônio – Florianópolis.
Hoje, o momento é crítico. A cidade cresce em ritmo vertiginoso e carece principalmente de planejamento e de projetos de longo prazo, que possibilitem harmonizar os necessários avanços econômicos à preservação daquilo que nos define – as belezas naturais, a cordialidade do povo, a riqueza arquitetônica de locais como o Centro Histórico ou os bairros de Santo Antônio de Lisboa e Ribeirão da Ilha.
A atividade econômica privada de Florianópolis, baseada no turismo, no comércio e nos serviços, reflete em grande medida essas características. Por isso, pensar a cidade para os próximos 100, 200, 288 anos é uma obrigação de todos nós. Agir com seriedade, deixar de lado preconceitos políticos ou ideológicos, assumir um compromisso com as próximas gerações serão atitudes essenciais. Só assim vamos construir uma Florianópolis cada vez melhor.